100 dias...
Sem abraço de bom dia.
Sem conversa na cozinha.
Sem histórias da fazenda.
100 dias...
Sem a TV da sala ligada o dia todo.
Sem palavras cruzadas pela casa.
Sem panquecas.
100 dias...
Sem sermões, pelo pé descalço no chão frio,
toalha molhada em cima da cama,
quarto bagunçado, farelo de pão no sofá.
100 dias...
Sem bolo de batata.
Sem papo furado enquanto espero o elevador.
Sem leitura de jornal na cadeira de balanço.
100 dias...
Sem os maravilhosos ditados populares.
Sem girassóis no quintal do meu peito.
Sem piscadinha de olho com beijinho no ar, como quem agradece por a gente existir.
100 dias...
Sem dias felizes.
Gisele André.
